Poesia de Virgínia Teixeira
Menina, Mulher, Mãe, Companheira
Menina despojada da sua meninice cedo demais,
Mulher desnudada da sua feminilidade
Mãe sem quem embalar com suavidade
Companheira forçada a caminhar só pelo cais
Criança que vislumbra os barcos e sonha neles embarcar
Mulher que fita os barcos e anseia pelo seu marinheiro
Mãe que, para lá dos barcos, olha o horizonte vazio sem lastimar
Companheira que se abraça para escapar da solidão e encontra no mar o seu cheiro
Menina que se ajoelha à beira-mar e reza com fervor
Menina crente, com o peito aberto e a alma selvagem
Mulher que é corpo e essência, paixão e entrega sem pudor
Mulher ardente que se entrega ao mar sem medo do vendaval
Mãe que embala o cadáver que encontra na margem
Companheira que silencia no peito a ânsia intemporal…
Morreu a menina
As lágrimas caem do céu que vocifera ferozmente
A angústia e a raiva que traz nas nuvens que obscurecem o dia
Nesta terra gélida e desconhecida onde abriguei o espírito carente
De uma menina que morreu há muito, aquela que Via,
Morreu a menina inocente que clamava poesias ao vento
A que escrevia sentimentos para sobreviver
A que amava tão profundamente que raiava o sofrimento
A menina que eu não soube proteger…
O vento agride as árvores e força-as a recuar
As lágrimas do céu derramam-se sem cansaço,
E a que restou, luta para finalmente encontrar
Encontrar o caminho de onde se perdeu
O tão ansiado descanso no seu regaço
A certeza de que, afinal, algo ainda permaneceu…
Veneno
Tantas lágrimas derramadas num tempo já ido
Fluidas num rio de sal e angústia, lamacento de traição
Rio que corria revoltado e feroz, de mim condoído
Ferida de morte por um punhal afiado com desilusão…
E, ao nascer do Sol, o rio começou lentamente a secar
E no pântano viu-se nascer uma singela flor de esperança.
Os passos ficaram mudos na fuga e pensaram parar
E os raios ardentes acenderam a centelha voraz da aliança
Na lama da Razão ficou enterrado o punhal odiado
Encoberto, mas tão real quanto a desilusão que restou…
E ao anoitecer, quando a Lua do seu sono despertou,
O rio voltou a brilhar ao luar com um laivo esverdeado,
De veneno puro, que se impregna devagar e profundamente,
Para os laços dourados do amor macular, eternamente…
Menina, Mulher, Mãe, Companheira
Menina despojada da sua meninice cedo demais,
Mulher desnudada da sua feminilidade
Mãe sem quem embalar com suavidade
Companheira forçada a caminhar só pelo cais
Criança que vislumbra os barcos e sonha neles embarcar
Mulher que fita os barcos e anseia pelo seu marinheiro
Mãe que, para lá dos barcos, olha o horizonte vazio sem lastimar
Companheira que se abraça para escapar da solidão e encontra no mar o seu cheiro
Menina que se ajoelha à beira-mar e reza com fervor
Menina crente, com o peito aberto e a alma selvagem
Mulher que é corpo e essência, paixão e entrega sem pudor
Mulher ardente que se entrega ao mar sem medo do vendaval
Mãe que embala o cadáver que encontra na margem
Companheira que silencia no peito a ânsia intemporal…
Morreu a menina
As lágrimas caem do céu que vocifera ferozmente
A angústia e a raiva que traz nas nuvens que obscurecem o dia
Nesta terra gélida e desconhecida onde abriguei o espírito carente
De uma menina que morreu há muito, aquela que Via,
Morreu a menina inocente que clamava poesias ao vento
A que escrevia sentimentos para sobreviver
A que amava tão profundamente que raiava o sofrimento
A menina que eu não soube proteger…
O vento agride as árvores e força-as a recuar
As lágrimas do céu derramam-se sem cansaço,
E a que restou, luta para finalmente encontrar
Encontrar o caminho de onde se perdeu
O tão ansiado descanso no seu regaço
A certeza de que, afinal, algo ainda permaneceu…
Veneno
Tantas lágrimas derramadas num tempo já ido
Fluidas num rio de sal e angústia, lamacento de traição
Rio que corria revoltado e feroz, de mim condoído
Ferida de morte por um punhal afiado com desilusão…
E, ao nascer do Sol, o rio começou lentamente a secar
E no pântano viu-se nascer uma singela flor de esperança.
Os passos ficaram mudos na fuga e pensaram parar
E os raios ardentes acenderam a centelha voraz da aliança
Na lama da Razão ficou enterrado o punhal odiado
Encoberto, mas tão real quanto a desilusão que restou…
E ao anoitecer, quando a Lua do seu sono despertou,
O rio voltou a brilhar ao luar com um laivo esverdeado,
De veneno puro, que se impregna devagar e profundamente,
Para os laços dourados do amor macular, eternamente…
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