Jornal Raizonline Nº 263 de 12 de Fevereiro de 2015
Coluna Um - Daniel Teixeira
Em tempos que ladram a nossa cultura passa
Verdadeiramente inspirador é este título embora a sua versão inicial dele difira. E daí talvez fosse também pouco correcto reescrevê-la aqui na sua formulação exacta porque no nosso entender só se lhe aplica o sentido e não o significado.
Na verdade a nossa caravana não tem cães que lhe ladrem, ou se os tivesse nem disso nos aperceberíamos, embora devamos ter presente que os tempos actuais ladram verdadeiramente, um pouco para todos ou então para muitos.
Depois temos também uma questão com uma outra proporcionalidade nos termos a utilizar do caso original e na transcrição que aqui fazemos. Na verdade somos talvez um pequeno grão de areia, um pequeníssimo grão de areia: Florbela Espanca faz referência à insignificância de um grão de areia que se desprende utilizando a expressão de Marco Aurélio. Apenas um grão que se perde...nada mais que isso.
Esta cultura da relativização das percas, quando as há, funciona assim para o Estoico Marco Aurélio e para a poetiza Florbela tendo em atenção que não se trata de uma redução qualquer, de uma redução de uma coisa.
Subtilmente, ou de forma subliminar, o que se afirma é que aquilo que se perde, o tal grão de areia, não afecta a estrutura da construção na qual se acredita: há coisas que sendo compostas por milhões de grãos de areia continuam na mesma. O espírito, a ideia, não se resume a uma soma de grãos (de areia), mas sim à riqueza da sua estrutura.
Por isso por aqui vamos nós todos, perdendo e ganhando alguns grãos de areia e uns e outros, os que se perdem e os que se ganham, recompensam-se entre si naquela ideia sempre acompanhada de que sem a perca de uns e sem o ganho de outros não haveria progressão: na ideia, nas coisas, nos homens, na cultura.
Que tenham uma boa semana são os meus desejos.
Daniel Teixeira
Ps: Este é o número 263 do Raizonline: na coluna da direita, na parte que se refere às etiquetas (O que aqui se escreve), encontrarão lá uma etiqueta com o Nº263-12/02/2015 que, aberto o link, dá acesso a todos os trabalhos publicados neste número.
Coluna Um - Daniel Teixeira
Em tempos que ladram a nossa cultura passa
Verdadeiramente inspirador é este título embora a sua versão inicial dele difira. E daí talvez fosse também pouco correcto reescrevê-la aqui na sua formulação exacta porque no nosso entender só se lhe aplica o sentido e não o significado.
Na verdade a nossa caravana não tem cães que lhe ladrem, ou se os tivesse nem disso nos aperceberíamos, embora devamos ter presente que os tempos actuais ladram verdadeiramente, um pouco para todos ou então para muitos.
Depois temos também uma questão com uma outra proporcionalidade nos termos a utilizar do caso original e na transcrição que aqui fazemos. Na verdade somos talvez um pequeno grão de areia, um pequeníssimo grão de areia: Florbela Espanca faz referência à insignificância de um grão de areia que se desprende utilizando a expressão de Marco Aurélio. Apenas um grão que se perde...nada mais que isso.
Esta cultura da relativização das percas, quando as há, funciona assim para o Estoico Marco Aurélio e para a poetiza Florbela tendo em atenção que não se trata de uma redução qualquer, de uma redução de uma coisa.
Subtilmente, ou de forma subliminar, o que se afirma é que aquilo que se perde, o tal grão de areia, não afecta a estrutura da construção na qual se acredita: há coisas que sendo compostas por milhões de grãos de areia continuam na mesma. O espírito, a ideia, não se resume a uma soma de grãos (de areia), mas sim à riqueza da sua estrutura.
Por isso por aqui vamos nós todos, perdendo e ganhando alguns grãos de areia e uns e outros, os que se perdem e os que se ganham, recompensam-se entre si naquela ideia sempre acompanhada de que sem a perca de uns e sem o ganho de outros não haveria progressão: na ideia, nas coisas, nos homens, na cultura.
Que tenham uma boa semana são os meus desejos.
Daniel Teixeira
Ps: Este é o número 263 do Raizonline: na coluna da direita, na parte que se refere às etiquetas (O que aqui se escreve), encontrarão lá uma etiqueta com o Nº263-12/02/2015 que, aberto o link, dá acesso a todos os trabalhos publicados neste número.
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