sábado, 28 de fevereiro de 2015

Poesia de Pedro Du Bois


Poesia de Pedro Du Bois


CALMA

 
na calmaria cede espaço ao cansaço.

Descansa o silêncio e se desentende

em ritos descontinuados. Desavenças

e calçadas ressoam passos. Acalma

o vento. Reclama ao vento a passagem.

Impressiona o sono em ideias aleatórias

de descobertas e conformismos. No

dito recupera da razão o lídimo saber

sobre a calma na alma despossuída.

Em passos atravessa a hora e despede

do gerânio a flor inacabada. Gira o Sol

em retorno: o dia permanece na explosão

sintética da espera. A calma na calúnia

desdita arrebenta os sinos entre torres.

O desafogo na morte: calma arrebatada

ao espírito. Acalma o corpo ao começo.
 
(Pedro Du Bois, inédito)


 SOLO E ÁGUA


 O solo absorve

aqüífera água. O poço

                         cancela

                         o isolamento: corda

                                               caçamba.



Retiro o cesto e guardo a garrafa:

o vinho descansado

sugere o instante da embriaguez



                          o solo absolve

                          a água derramada.
 
(Pedro Du Bois, inédito)


 TER


 Na formação aleatória

                    e responsabilizada

                    acredito na suavidade da música

                    no encontro das esferas: a colisão

                    evitada céus estrelas combinadas

                    em esburacados espaços (negros)



na deformação trazida

aos olhares informes das cobranças

sei do absoluto mistério



nas informações transmitidas

ao menino criado em ordens

reunidas renuncio ao saber

das asperezas e me rendo: músicas

suavizam a finalidade na destruição

conformada das vivências.
 
(Pedro Du Bois, inédito)



http://pedrodubois.blogspot.com






1 comentário:

  1. Infelizmente, amigos, não acompanhei a mudança do blog. Assim, só agora foi que o localizei novamente. Como sempre, agradeço pela divulgação.

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