quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Poesia de José Carlos Moutinho


Poesia de José Carlos Moutinho

Mas é Natal...

Dezembro, mês frio, especial
Porque é de festa,
Dizem que é o mês do Natal...
E este, significa amor, partilha e união!
Paradoxo...
Se afinal, tantos têm fome,
Sem uma côdea de pão para a mitigar!
Quem se lembra desses seres de Deus,
Em corpos que se enregelam,
Embrulhados em mantos de morte,
Pela carência de abrigo e alimento?
Gente enjaulada por ideias humanitárias,
Injustiças criadas em nome de Deus,
Por este mundo... De Deus!

Mas é Natal...
Nasceu o Menino-Salvador,
Enviado pelo Divino,
Para que servisse de exemplo!
Exemplo de quê…
Da ignorância, da maldade e do egoísmo?
Mas são os agasalhados e nutridos
Que festejam esta data, com fervor,
Cheios de fé…
Que fé esta, Santo Deus?
Enganam as suas próprias consciências,
Que assim acalmam sem sentirem culpa
e ignoram os infelizes à sua volta…
Ai, Mundo este, de gente estranha!

Mas é Natal....
Que importa os que morrem de frio e fome,
Se houver abundância e fogueira acesa,
Aquecendo os lares dos privilegiados?
Importa sim, consumir desmesuradamente...
…E bastava a dádiva,
De uma mísera moeda,
Para que milhões sentissem calor,
No estômago e na alma,
Pelo menos nesta data festiva!

Mas é Natal...
Aleluia!

José Carlos Moutinho

Filosofando

No som do silêncio
aconchegam-se os sentires
na suavidade da brisa
murmuram as saudades
no prateado do luar
acalmam-se as almas
no perfume da maresia
suspiram as ilusões
na contemplação do mar
voam os sonhos
com o calor do sol
acalentam-se os corações
com o sopro do vento
soltam-se as tristezas
com as lágrimas da chuva
choram as dores
nas palavras hipócritas
desnudam-se as mentiras
no azedume da inveja
escondem-se as frustrações
no envolver dos braços
sorri o carinho dos abraços
na beleza dos sorrisos
podem nascer amizades
na sincera amizade
exaltam-se as emoções
na brancura da sinceridade
pinta-se harmonia e verdade
nas folhas secas matizadas do outono,
escondem-se mistérios que a brisa da finitude,
leva para o azul etéreo.

José Carlos Moutinho


Gosto de afectos

Pelas margens do meu rio de ilusão
Nascem flores de sonhos por sonhar,
Crescem fantasias de doce paixão
Poesia para a minha alma cantar.
 

Sou sonhador e não me envergonho
Gosto de afectos e bons abraços
A ter carinho jamais me oponho,
A qualquer pessoa eu estendo meus braços.
 

Assim é meu modo de viver e amar
Com amizade alegria e sorriso,
Pelo rio abaixo no meu navegar…
 

Tenho a certeza que deste jeito
Se eu algum dia alcançar o paraiso
todos dirão que fui bom sujeito.

José Carlos Moutinho






1 comentário:

  1. Poeta José Carlos, Ler de novo a sua poesia foi um prazer, pois o tempo passa e ficam as recordações e à uns tempos que não lia nenhuma poesia de si. Tal, como dos que anteriormente li, gostei destes seus poemas.
    Fraterno abraço e... até sempre (... enquanto for-mos andando por estes caminhos)
    J. Carlos

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