Histórias da Vida Real - Crónica por Martim Afonso Fernandes
Cinema
Por muitos anos o salão de cinema em Imbituba situava-se ao lado dos barracões, que eram também moinhos de farinha de mandioca.
Era um conjunto de mais ou menos quinze barracões, inclusive alguns serviam de quartel do Exército no tempo da Guerra, onde foi instalado o 12° CEMAC, ou seja Grupo Motorizado de Artilharia de Costa, depois transferido para São Francisco do Sul.
Os barracões foram construídos pela Companhia Docas, localizados próximos à ICC. Serviam de depósito para armazenar farinha de mandioca, que era exportada para a Alemanha, para confeccionar matéria plástica, armazenar trigo, sal e granéis.
Os moinhos eram equipados com máquinas de beneficiamento de embalagem de farinha.
O referido cinema ficava entre dois armazéns. Era comum os moinhos funcionarem dia e noite.
Embora os ventiladores do cinema funcionassem durante as sessões, mesmo assim o talco da farinha, o amido, era muito fino e sempre se espalhava pelo salão.
Deixava vestígios bem acentuados nas roupas escuras, nas cabeças, nos chapéus, não dando para negar a quem assistia ao filme, que não esteve no cinema.
Não era preciso nem esperar que o filme terminasse, pois nos intervalos para troca de bobinas do filme, as luzes eram acesas, e ali já se via o talco branqueando as cabeças.
Era só o moinho funcionar quando passasse o filme para os telespectadores branquearem.
Mais ou menos em 1950 foi construído um novo salão para o cinema, no Centro Comercial, com maior espaço e modernidade, inclusive com palco para a apresentação de teatros, shows de mágicos, palestras, etc.
Era opcional ir assistir o filme, ou encontrar amigos e amigas, Também se arriscava ir ao encontro de uma namorada, pois o que não faltavam eram moças e moços para abrilhantar o movimento.
Também era um ponto para casais renovarem amizades. O cinema tornou-se o símbolo da comunicação ao vivo.
Com a vinda da TV, depois do videocassete e o DVD, chegou ao fim toda aquela amizade que se construía dando espaço à falta de comunicação e ao isolamento.
Hoje em dia, principalmente nas cidades menores, não se encontra uma sala de cinema, a não ser naquelas que tem seus shoppings centers completos.
O Filme Italiano, Cinema Paradiso, bem retrata a saudade e o romantismo dos cinemas.
E eu, assim como muitos, sinto saudades dos namoros no escurinho dos cinemas!!!
Cinema
Por muitos anos o salão de cinema em Imbituba situava-se ao lado dos barracões, que eram também moinhos de farinha de mandioca.
Era um conjunto de mais ou menos quinze barracões, inclusive alguns serviam de quartel do Exército no tempo da Guerra, onde foi instalado o 12° CEMAC, ou seja Grupo Motorizado de Artilharia de Costa, depois transferido para São Francisco do Sul.
Os barracões foram construídos pela Companhia Docas, localizados próximos à ICC. Serviam de depósito para armazenar farinha de mandioca, que era exportada para a Alemanha, para confeccionar matéria plástica, armazenar trigo, sal e granéis.
Os moinhos eram equipados com máquinas de beneficiamento de embalagem de farinha.
O referido cinema ficava entre dois armazéns. Era comum os moinhos funcionarem dia e noite.
Embora os ventiladores do cinema funcionassem durante as sessões, mesmo assim o talco da farinha, o amido, era muito fino e sempre se espalhava pelo salão.
Deixava vestígios bem acentuados nas roupas escuras, nas cabeças, nos chapéus, não dando para negar a quem assistia ao filme, que não esteve no cinema.
Não era preciso nem esperar que o filme terminasse, pois nos intervalos para troca de bobinas do filme, as luzes eram acesas, e ali já se via o talco branqueando as cabeças.
Era só o moinho funcionar quando passasse o filme para os telespectadores branquearem.
Mais ou menos em 1950 foi construído um novo salão para o cinema, no Centro Comercial, com maior espaço e modernidade, inclusive com palco para a apresentação de teatros, shows de mágicos, palestras, etc.
Era opcional ir assistir o filme, ou encontrar amigos e amigas, Também se arriscava ir ao encontro de uma namorada, pois o que não faltavam eram moças e moços para abrilhantar o movimento.
Também era um ponto para casais renovarem amizades. O cinema tornou-se o símbolo da comunicação ao vivo.
Com a vinda da TV, depois do videocassete e o DVD, chegou ao fim toda aquela amizade que se construía dando espaço à falta de comunicação e ao isolamento.
Hoje em dia, principalmente nas cidades menores, não se encontra uma sala de cinema, a não ser naquelas que tem seus shoppings centers completos.
O Filme Italiano, Cinema Paradiso, bem retrata a saudade e o romantismo dos cinemas.
E eu, assim como muitos, sinto saudades dos namoros no escurinho dos cinemas!!!
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