Poesia de Sanio Aguiar Morgado
CINQUENTA ANOS
Hoje acordei com
cinquenta anos e fui procurar
minha cara no espelho.
Onde estará o rosto
que era meu, com tudo que sou
e sempre esteve comigo.
Os cabelos que me
cobriam a testa, a pele sem
fungos e o olhar sem rugas.
Agora tenho que me
aceitar todos os dias e acostumar
com todas estas diferenças.
Não me encontrarei
mais neste espelho, mas este olhar
sei que ainda é o meu.
cinquenta anos e fui procurar
minha cara no espelho.
Onde estará o rosto
que era meu, com tudo que sou
e sempre esteve comigo.
Os cabelos que me
cobriam a testa, a pele sem
fungos e o olhar sem rugas.
Agora tenho que me
aceitar todos os dias e acostumar
com todas estas diferenças.
Não me encontrarei
mais neste espelho, mas este olhar
sei que ainda é o meu.
TEMPO DA POESIA
Não há como evitar
este tempo que se esvai,
pelos meus dedos
e o olhar.
Perdendo-se em
labirintos, com sonhos
presos a abismos
que não se comunicam
Agonizando pelas
paredes e nas fotos
e papéis esquecidos
em gavetas.
Guardarei comigo
preso a correntes, meus
versos, estrofes e rimas
do tempo da poesia.
este tempo que se esvai,
pelos meus dedos
e o olhar.
Perdendo-se em
labirintos, com sonhos
presos a abismos
que não se comunicam
Agonizando pelas
paredes e nas fotos
e papéis esquecidos
em gavetas.
Guardarei comigo
preso a correntes, meus
versos, estrofes e rimas
do tempo da poesia.
FLORBELA ESPANCA
Versos que ecoam do além,
dor que não é só tua,
é minha também.
Os amantes e sofredores
estarão sempre juntos,
eternamente...
Florbela Espanca,
o amor que de ti se espalha,
como vento beijando rosas.
Vila Viçosa... a tempestade
de todo teu sofrimento
no chão desta aldeia.
Paixão eterna, antiga,
vida tão breve, tão sofrida,
flor bela…flor querida...
dor que não é só tua,
é minha também.
Os amantes e sofredores
estarão sempre juntos,
eternamente...
Florbela Espanca,
o amor que de ti se espalha,
como vento beijando rosas.
Vila Viçosa... a tempestade
de todo teu sofrimento
no chão desta aldeia.
Paixão eterna, antiga,
vida tão breve, tão sofrida,
flor bela…flor querida...
QUEBRA CABEÇAS
Desde pequeno fui guardando
peças curiosas que encontrava,
algumas pareciam escondidas
e outras pelo caminho onde passava.
A vida foi então seguindo
e muitas depois fui achando
como um quebra cabeças que
aos poucos fui montando.
Já percebo a sua forma,
seus inúmeros tons, sei
as peças que me faltam e que
dependem mais de mim.
Não é fácil encontrá-las agora,
é já segredo, uma revelação,
e a qualquer instante poderei ver
o mistério desta emoção.
peças curiosas que encontrava,
algumas pareciam escondidas
e outras pelo caminho onde passava.
A vida foi então seguindo
e muitas depois fui achando
como um quebra cabeças que
aos poucos fui montando.
Já percebo a sua forma,
seus inúmeros tons, sei
as peças que me faltam e que
dependem mais de mim.
Não é fácil encontrá-las agora,
é já segredo, uma revelação,
e a qualquer instante poderei ver
o mistério desta emoção.
Sanio Morgado
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