Portugueses lá de fora sentem-se próximos das suas origens?
A diversidade de atitudes que existe entre os luso-descendentes no que toca à proximidade ou ao afastamento das suas origens sugere que o tema deve ser mais estudado para ser melhor compreendido, disse à Lusa uma investigadora da área.
“Existe uma grande diversidade dentro da comunidade de luso-descendentes no que se refere ao apego a Portugal, à cultura portuguesa, às suas raízes”, declarou à Lusa Sandra Silva, investigadora do Centro de Estudo Geográficos (CEG) do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa (IGOT/UL).
A professora falou à margem do seminário “Luso-Descendentes e Vivências Transacionais: Algumas Linhas de Investigação”, que decorreu na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Segundo Sandra Silva, “é preciso fazer mais estudos para aprofundar quais são os fatores que aproximam ou afastam os luso-descendentes de Portugal.”
A professora indicou que estes fatores podem variar de país para país, de geração para geração, podendo ainda ter relação com o contexto familiar, com as experiências de infância da pessoa, com o nível educacional, social e económico dos luso-descendentes.
Para esta relação com as raízes portuguesas também podem influenciar a integração dos luso-descendentes no país de acolhimento, assim como o conhecimento da língua portuguesa.
Para o investigador João Sardinha, que participou do encontro, “muitas variáveis podem aproximar os luso-descendentes de Portugal, como o futebol, a comida, a música.”
"O distanciamento geográfico pode ser uma variável de afastamento dos luso-descendentes", sublinhou Sardinha – que é investigador na Universidade Aberta -, acrescentando que "a língua é um fator importante de aproximação a Portugal".
João Sardinha ainda sublinhou que os filhos e netos dos emigrados nas décadas anteriores a 1960 são mais afastados de Portugal, entretanto, a nova vaga de emigração de portugueses pode possibilitar uma aproximação dos luso-descendentes ao país de origem.
"Muitos portugueses desta nova emigração certamente virão passar férias a Portugal, o que possibilitará uma maior aproximação da nova geração de luso-descendentes às suas raízes", concluiu João Sardinha.
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