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SPA cria grupo de fado O grupo que, entre outros, integra o poeta José Luís Gordo e o músico Pedro Campos, propõe-se reflectir sobre "o sistema de registo de novos textos criados para músicas clássicas do repertório fadista", afirma a SPA numa nota. Na área do fado esta é uma questão sensível pois uma mesma letra pode ser cantada em músicas diferentes, assim como uma música pode servir a centenas de letras diferentes. O essencial para que melodia e letra se conjuguem é a métrica e acentuação. Este grupo irá assim reflectir sobre a interpretação de novos poemas em melodias tradicionais como "Fado Bailado", "Fado Lopes", "Fado Vianinha", "Fado Primavera", "Fado Mayer", "Fado Santa Luzia", "Fado Franklin de Sextilhas", "Fado Isabel", "Fado Mocita dos Caracóis" ou o "Fado Vitória", entre outros. Estima-se em cerca de 250 o número de fados considerados tradicionais, com autores conhecidos, fazendo parte da tradição fadista a interpretação de novas letras em melodias consagradas, ou a interpretação da mesma letra em melodias diferentes. Um dos exemplos, entre muitos, é a “Toada do Desengano”, que Mariza criou na melodia do "Fado Franklin de Sextilhas", e Luísa Rocha gravou este ano, no "Fado Acácio", sendo o mesmo poema de Vasco Graça Moura. Outro exemplo, entre muitos, é o "Fado Vitória", composto por Joaquim Pimentel, que José Profírio gravou com a letra "O Rouxinol do Choupal", enquanto Fernando Maurício gravou, de Gabriel de Oliveira, "Igreja de Santo Estevão", e Amália Rodrigues escolheu um poema de Pedro Homem de Mello, "Povo que lavas no rio". Do grupo de fados tradicionais só três, considerados a base, não têm autor atribuído: o "Fado Menor", "Fado Corrido" e o "Fado Mouraria". No tocante à exportação, o grupo agora formado, que inclui ainda os poetas Maria de Lourdes Carvalho e Tiago Torres da Silva, irá trabalhar “em articulação com o Gabinete de Exportação da Música Portuguesa”, diz a mesma nota. “O apoio a novos autores desta área e a articulação da SPA com o processo de candidatura do fado a Património Imaterial da Humanidade, bem como a dinamização do protocolo celebrado em 2010 com o Museu do Fado” são outras das atribuições do grupo de trabalho. Este grupo integra também os músicos e letristas Tozé Brito e o Carlos Alberto Moniz. (IB) |
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